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É possível uma relação chegar ao fim de forma saudável?

O fim de uma relação nunca é fácil, no entanto é importante refletir sobre o que leva ao término, o que ele significa para cada pessoa envolvida na relação e principalmente cuidar para que a comunicação seja sempre a mais clara possível.

Outro ponto fundamental para qualquer relação, especialmente no momento em que ela pode estar chegando ao fim, é o respeito mútuo. É importante que cada um consiga respeitar seus próprios desejos e sentimentos e os do parceiro (a) também. Pode parecer simples respeitar os próprios sentimentos, mas terminar uma relação é dar adeus a muitos projetos em comum, precisar reconstruir projetos pessoais e abrir mão de uma vida que já foi tão desejada em algum momento: a vida com aquela pessoa que um dia foi a escolhida. E isso nunca é simples.

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Geralmente não há um momento exato em que é possível identificar o fim do relacionamento. É um processo, um dar-se conta aos poucos do que está acontecendo, do que se está sentindo. E ainda que seja confuso, sentir-se à vontade para conversar com o (a) companheiro (a) sobre o que se está passando pode ajudar bastante. Ao falar, é possível compreender melhor sobre o que se fala e, ao ouvir, é mais fácil aproximar-se do sentimento do outro.

Assim, conversar em momentos em que ambos estejam dispostos e abertos a ouvir e a falar com calma e paciência pode ser transformador. Essas conversas permitirão aos dois perceber o motivo pelo qual a relação não tem dado certo, se ainda pode-se tentar melhorá-la, se os dois têm o desejo de mantê-la e, principalmente, se o que está acontecendo é, na verdade, a intolerância, tão comum nos dias de hoje, a qualquer sofrimento. Quando um casal consegue manter esse diálogo a decisão de continuarem construindo a relação ou de terminá-la torna-se mais potente e fica mais fácil olhar para as possibilidades que se abrem diante da decisão tomada.

Casamentos felizes não precisam durar para sempre

Quando duas pessoas decidem se casar é porque existem projetos em comum. Querem construir uma vida a dois e, provavelmente, no dia do casamento, o que estão sentindo é um desejo forte de ficarem juntas “até que a morte os separe”. Mas nem sempre o casamento dura todo esse tempo e quando vem a separação muitas vezes fica a sensação de que o amor não era verdadeiro, de que houve um fracasso da relação ou de que foi tempo perdido. Será que é isso mesmo?

Em alguns casos o casamento foi realmente difícil, com muitos conflitos e dificuldades na comunicação. Em outros casos pode ter sido próspero pelo tempo que durou e as pessoas foram felizes juntas, conquistaram projetos em comum e individuais e quem sabe até geraram filhos antes que as dificuldades aparecessem. No entanto, todas essas situações são experiências que podem ter tido a presença de um amor sincero, honesto.

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Talvez seja possível que o amor não esteja ligado necessariamente a uma relação perfeita ou duradoura, mas a uma vontade de estar junto ao outro e de crescer com ele, mas isso pode em algum momento tornar-se inviável na relação. O amor pode ainda transformar-se ou até deixar de existir, sem que isso invalide tudo o que ele proporcionou e construiu durante sua existência. O difícil é reconhecer isso no momento do término da relação.

Apesar de ser difícil olhar para as experiências passadas, reconhecer o que elas trouxeram de bom e encarar a própria responsabilidade sobre parte do que passou, é fundamental para as futuras experiências, amorosas ou não. Isso significa olhar para o que foi vivido considerando o que era possível naquele momento e refletir sobre a direção que se deseja tomar para alcançar a relação que se quer no presente.

“É Impossível ser feliz sozinho”. Será?

A música de Tom Jobim é facilmente interpretada como uma afirmação de que para sermos felizes precisamos necessariamente estar em um relacionamento amoroso. Mas será que isso é sempre uma verdade? Muitos dizem que sim, que são capazes de sentirem-se realizados apenas se estiverem vivendo uma relação estável. Compreensível, pois relações estáveis proporcionam companheirismo, segurança, cumplicidade, entre outros tantos afetos. Mas de que forma queremos isso? O que estamos dispostos a oferecer?

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Imagem de catálogo

É muito comum criarmos uma ideia de relacionamento baseada no que o mundo nos diz. É o mundo através das nossas relações, sejam elas de amizade, fraternidade ou amorosas, que vai nos dando pistas do que vamos encontrar em um relacionamento e até o que buscamos. No entanto, cada pessoa é única e tem seus próprios desejos, sentimentos e uma forma de expressá-los, o que significa que cada relação é também única e, sendo assim, não há garantia alguma do que pode ocorrer no futuro. O ‘estável’ em uma relação é apenas a sensação do que ela pode proporcionar.
Joan Garriga, psicólogo espanhol, em uma entrevista, usou a seguinte frase:

“Porque, em definitivo, tudo morre. Todos os papéis sociais vão acabar. A pessoa os faz por um tempo, há o êxito, mas logo isso muda. Como quando um amigo morre, ou mesmo quando alguém tem um esposo, mas depois se divorcia. Tudo está em movimento e, ao mesmo tempo, há um ser que é eterno, que é uma vibração, um silêncio. ” (Em: https://aliceduarte.com/2015/09/26/entrevista-joan-garriga/)

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Imagem de catálogo

Esse “um ser que é eterno, uma vibração, um silêncio” é justamente o que somos, que constitui os papéis sociais que exercemos, claro, mas vai além destes. Vibração porque ao estarmos sempre com outros tocamos e somos tocados constantemente, logo vibramos. E apesar desse aspecto eterno somos também mutáveis e é disso que precisamos cuidar: desse aspecto que é eterno, mas também mutável. Ou seja, disso que vamos construindo durante nossa vida a partir da relação com o mundo, que vai constituindo o que nós somos a cada momento.

Antes de dizermos o quanto queremos uma relação estável precisamos esclarecer para nós mesmos o que podemos fazer para cuidar do nosso ser eterno e mutável, qual direção queremos seguir. Não estamos nos referindo aqui a trabalhos, conquistas materiais, sequer casamentos e filhos, mas às transformações que passamos. O que nos faz sentir que somos melhores ou piores do que há 10 anos, por exemplo. O que aprendemos e usamos durante a vida e o que mais queremos aprender.

Não há relação que sozinha consiga realizar alguém, isso só cada um pode fazer por si, ainda que muitas vezes contando com a ajuda de outras pessoas. Um relacionamento que precisa ocupar o lugar de realização pessoal para qualquer um dos parceiros fica com um peso difícil de ser carregado, tornando-o muitas vezes impossível.

Fundamental mesmo é lembrarmos que uma relação só existe à medida que acontece, ou seja quando desejamos uma relação o que estamos esperando é apenas uma ideia baseada em fantasias criadas por nós mesmos, influenciadas é claro por tudo o que vemos no mundo, mas ainda assim fantasias.

Como podemos querer uma relação com uma pessoa que não conhecemos ainda?
Como podemos saber como será essa relação?
Como podemos saber que ela nos deixará mais feliz do que podemos ser sozinhos?

É preciso focar no que é vivido, nas relações que já estabelecemos com nossos familiares, amigos, colegas de trabalho e até desconhecidos na rua. E a partir disso, quando pudermos olhar para a forma como nos relacionamos com essas pessoas, poderemos estar atentos para as novas relações que surgirão em nossas vidas, seja um flerte, um namoro, um casamento ou mesmo uma amizade. Quando isso ocorre percebemos que todas as pessoas a nossa volta são fontes de afetos. Podemos encontrar diferentes maneiras de relacionarmo-nos com cada pessoa, mas é possível encontrar companheirismo, cumplicidade e amor de muitas formas diferentes.

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